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domingo, 4 de junho de 2017

Viajar: Um prazer, uma obrigação ou ambos?

Dada a imensidão do planeta em que vivemos, temos a possibilidade de viajar e conhecer realidades diferentes da nossa. A diversidade de culturas no mundo é um livro prestes a ser lido por todos nós, basta-nos fazer as malas e partir à descoberta.
Os motivos para viajar são variados mas entre os mais comuns destacam-se os profissionais e o prazer que qualquer indivíduo sente em descobrir novas realidades.
Dentro desta temática, estivemos à conversa com Alexandre Manaia, um jovem gestor de 29 anos que, dadas as circunstâncias da sua profissão, já conheceu meio mundo. Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade de Coimbra, Alexandre conta-nos algumas das suas maiores aventuras, mostrando-nos o seu ponto de vista relativamente a outras culturas.

Alexandre em Pisa, Itália

 
 Relativamente à sua profissão, este jovem gestor de exportação de uma empresa nacional, vende mobiliário técnico para laboratórios, escolas e hospitais. Em Portugal a empresa é conhecida por equipar grandes institutos de investigação, universidades, escolas e empresas farmacêuticas. A escassez de novos projetos fez com que tivessem de se expandir e procurar novas oportunidades um pouco por todo o mundo.

“O meu trabalho consiste em angariar novos clientes /projetos e garantir um acompanhamento próximo desde a fase de projeto até à fase de finalização da instalação. Este acompanhamento pode ser bastante complexo já que garantirmos todos os serviços durante o processo, desde produção, planeamento, coordenação com construtora, transporte do material, instalação…” revelou-nos.

Garante ainda que o facto de viajar muito é uma vantagem, na medida em que torna o seu trabalho mais dinâmico e testa a sua capacidade de adaptação. Por outro lado reconhece que é importante interiorizar os hábitos e costumes de cada lugar que visita, de modo a criar uma fácil empatia com todos os envolvidos em cada projeto. Diz ainda que “teremos de ser nós a adaptar-nos a qualquer fator externo e nunca o contrário.”
Contudo, trabalhar e viajar não são a melhor simbiose, na opinião deste jovem. Afirma que “as viagens em férias são melhor preparadas e orientadas” e que, por vezes, existem países onde apenas vê o aeroporto e salas escuras de reunião.

Fotografia tirada por Alexandre no Palácio Vechio, em Florença

Por outro lado, Ana Gomes, licenciada em Turismo pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu considera que viajar é sempre um prazer e que foi por isso mesmo que decidiu escolher uma licenciatura que refletisse o seu gosto por viajar, seja em trabalho ou ludicamente.

“Quando vim para o curso de turismo sabia que teria viajar principalmente por trabalho mas acho que isso não será um condicionante porque apesar de serem viagens feitas em trabalho acabarão também por ser em prazer, mesmo tendo pouco tempo para conhecer o destino nessas viagens acho que o pouco que ficar a conhecer já será excelente para me enriquecer.”

Ana no Parque do Retiro, em Madrid

 
Ana garante ainda que o seu curso lhe deu uma ideia mais clara do tipo de atividades que as pessoas realizam durante as suas deslocações e que, mesmo viajando em negócios, a generalidade das pessoas tende a aproveitar o sítio para onde viaja, visitando os lugares mais icónicos e provando as comidas típicas, por exemplo.
            Por fim remata dizendo que não existe nada melhor no mundo do que conhecer realidades novas e que cada trajeto é uma aprendizagem.

“Como dizem: as viagens são algo em que gastamos dinheiro mas que no fim acabamos por chegar mais ricos do que aquilo que fomos.”

            Dentro deste assunto, foi ainda possível ouvir um jovem casal, licenciado em Gestão Turística e Hoteleira, que vê nas viagens a principal fonte do seu rendimento e que, através das mais variadas deslocações, conhece o mundo através dos restaurantes onde já trabalharam. Andreia Brito e Hugo Silva afirmam que viajar em trabalho e em lazer são duas realidades completamente distintas mas que não é por isso que uma é melhor que a outra.

“Somos obrigados a viajar em negócios muitas vezes mas como estamos ligados ao ramo da comida, não posso dizer que seja mau” afirmou Andreia entre risos.

Contudo são deslocações que requerem uma preparação diferente e isso é o principal fator que as distingue, na opinião de Hugo.

“É completamente diferente prepará-las [as viagens] caso queiramos ir de férias ou tenhamos que nos deslocar em trabalho. Até porque se formos trabalhar, na maior parte das vezes, necessitamos de ficar mais tempo fora do que em férias. Mas acaba sempre por compensar. É uma maneira de conhecer novas culturas e de nos enriquecermos enquanto profissionais desta área.”

Hugo e Andreia na Bélgica

Pode assim concluir-se que existem diversas formas de visitar o mundo em que vivemos e, sejam quais forem as motivações que nos levam a viajar, vale sempre a pena pegar na mala e sair da nossa zona de conforto. Estes jovens, à semelhança da maioria em Portugal, vêm no estrangeiro uma oportunidade de singrar, sabendo que seremos mais ricos se nos humildarmos ao ponto de nos predispormos a conhecer aquilo que está para além das nossas fronteiras. O trabalho obriga-os a sair do país mas nenhum deles vê isso como um inconveniente, muito pelo contrário.

Trabalho realizado por:
Ana Rita Nunes
Beatriz Manaia
Eva Silva
Maria João Gouveia
Paulo Renato Vieira


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